
Ainda estou a me perguntar quais seriam os outros quatro alpendres...
Talvez um dia ainda escreva sobre eles.
Gostaria de compartilhar com todos a paisagem que vejo da nossa cidade do alpendre da juventude.
Se olho para os verdes mares bravios com suas jangadas e seus coqueirais que balançam ao vento, vejo a infância de muitas crianças indo embora junto com dólares e euros que financiam o perverso mercado da prostituição infantil.
Ainda na mesma direção, a cidade concretada, refém de um mundo que não se sustenta mais. Pessoas presas em seus próprios lares.
Se olho na direção contrária, vejo a periferia. A cidade desprovida de muitos dos seus serviços. Juventude exposta à violência, ao mundo das drogas e da universidade do crime. Mentes brilhantes, jóias a serem lapidadas, jovens que só precisam de oportunidades.
Nossa cidade precisa ser amada! Principalmente "nossa linda juventude", como disse o poeta1.
E por que não falar de juventudes?
São muitas as tribos, muitas as linguagens relacionadas a muitos dilemas e desafios nessa geração: educação de qualidade, a profissionalização e a primeira oportunidade de trabalho, o acesso a cultura, ao esporte e ao lazer.
Sem falar na espiritualidade...
E qual será o papel do nosso alpendre em meio a desconstrução e crescimento desordenado do espaço urbano?
Algumas pistas e alguns lampejos do registro das experiências de um Jovem Galileu, chamado Yeshua2, podem nos ajudar a construirmos uma alternativa para que possamos dialogar com a cidade. E é importante que se diga que Ele era um jovem!
Mas às vezes fico a pensar: será que não estamos esperando que estes jovens venham até nós, na esperança de que, num movimento repentino, as coisas mudem de lugar?
A nossa cidade é grande!
Precisamos aprender a falar outros dialetos, novas linguagens, outras formas de comunicar com criatividade a boa notícia: Galera!!! O Reino de Deus está no nosso meio!!!!
E você... aceita esse desafio?
Abração a tod@s!
Wendel Cavalcante
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1. “Nossa linda juventude / Página de um livro bom / Canta que te quero cais e calor / Claro como o sol raiou / Claro como o sol raiou / Maravilha, juventude / Tudo de mim, tudo de nós / Via Láctea, / Brilha por nós, / Vidas bonitas da esquina / Fado, sina, lei, tesouro / Canta que te quero bem / Brilha que te quero luz andaluz”. Linda juventude, 14 Bis.
2. O nome "Yeshua" deriva-se de uma raiz hebraica formada por quatro letras – ישוע (Yod, Shin, Vav e Ain) - que significa “salvar”, sendo muito parecido com a palavra hebraica para “salvação” – ישועה, yeshuah – e é considerado também uma forma reduzida pós-exilio babilônico do nome de Josué em hebraico – יהושע, Yehoshua – que significa “o 'Eterno' (YHWH) salva”. Essa forma reduzida era muito comum na Bíblia hebraica (ou Tanakh), que cita dez indivíduos que tinham este nome – como podem ser visto nos versos de Esdras (Ezra) 2:2, Esdras (Ezra) 3:2 e Neemias (Nehemiá) 12:10. "Josué", o Yehoshua, reduzido como Yeshua (aramaico), ou reduzido como Iesous (grego; onde não se pronuncia o "s" final); com esse último nome, a Roma-Grécia apelidou o sucessor de Moshê ("Moisés"), onde virou cultura e tradição. O Hebreu era filho de Num da tribo de Efraim, nascido no Egito, circuncidado com o nome de Hoshêa, ao consagrá-lo para seu sucessor Moshê deu-lhe o nome de Yehoshua, pois dentre os que saíram do Egito, ele foi achado digno de conduzir o povo de Israel à terra de Canaã. http://pt.wikipedia.org/wiki/