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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

VaRIaÇÃo

 
(Márcio Cardoso)
Às vezes me sinto qual despedida
hiato entre o sim e o talvez
Às vezes me sinto feito saudade
um cheiro de vida e adeus
Às vezes me sinto nublado e frio
ora completo, ora vazio
Sou dias de flores, de sóis, de amores
às vezes somente um nó

Às vezes sou festa, sou dança e canção
ora se cala o meu coração
Mas todas às vezes sem variação
eu sou querido de Deus
Às vezes sou pedra, coluna e rio
ora incerteza, vexame, arrepio
Mas todas às vezes de graça e paixão
eu sou amado de Deus

Eu sou querido de Deus
Eu sou filho de Deus

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Vale quanto pesa



É incrível como algumas pessoas criam uma escala para mensurar os erros dos outros.

E minha imaginação ganha asas e casa dois episódios narrados nos Evangelhos: o de Pedro (Jo 18. 17-22), por ter negado a Cristo por três vezes, antes do amanhecer; e o de Judas (Mt 26. 14-25), que vendeu a informação por trinta moedas de prata.

O que pesa mais? Três ou Trinta?

Por mais absurdo que pareça, aqui três tem o mesmo peso de trinta!

Talvez, numa primeira leitura da narrativa  os números não saltem imediatamente diante dos nossos olhos. Pedro nega Jesus por três vezes. Antes é perguntado, por três vezes, se amava o Mestre.

Mas o que torna Pedro e Judas diferentes, uma vez que o peso de três negações é igual ao peso de trinta moedas?

Gostei, certa vez, da explicação de um amigo que disse: "a diferença entre Pedro e Judas reside no fato de Pedro não ter desistido da vida"!

Nosso desafio é olhar para além de nós mesmos sem a tentação de querer bater o martelo do juiz, uma vez que quem podia ter agido com inclemência, chamou Judas de amigo e esperou Pedro na beira da praia com pão e peixe assando na brasa.
 

Abração e beijo no coração!

Wendel Cavalcante
www.estradasou.blogspot.com